Vó
Como diria Pedro Bandeira:
" Há o momento da chegada
E o instante de partida.
Quanta vida já vivi. Quanto resta ser vivida?"
Hoje é, sem sombras de dúvidas, o dia mais conflitante que existe em minha vida.
Por que se rio, me sinto em falta com quem partiu, e se choro, sinto-me em débito com quem está presente.
Vó, minha querida vó, fazem exatos 8 anos desde que você decidiu se tornar uma estrela, e não há um dia que a senhora não passe em minha memória, principalmente neste dia.
Alê, meu pequeno príncipe, não existem palavras para descreve quão grata sou pelo seu nascimento, meu tão amado sobrinho que hoje completa 6 anos.
Davizinho, as titias sempre vão lembrar de você e de tudo o que nos ensinou enquanto cuidamos de você, que hoje completa 5 anos; e minha tia, a qual desejo todas as felicitações possível pelo seu aniversário no dia de hoje.
Se comparados os prós e contras, sim eu tenho muito mais a agradecer do que me isolar, mas há perdas em nossas vidas que não importe o quanto o tempo passe, sempre irá doer como no dia em que partiram.
Sim, tenho a consciência tranquila de quando penso "nós fizemos o possível, e até o impossível"...fizemos tudo o que estava em nossas mãos para que a Senhora vivesse por muitos outros anos, mas no final, Deus sabia a hora certa de recolher sua roseira.
Vocês devem pensar pra que tanta formalidade para dizer EU SINTO SUA FALTA VÓ, mas tudo isso não é apenas a falta, e cada palavras não será suficiente para descrever o vazio que permanece dentro do meu peito, o quão vazio ficou nosso jardim de rosas, como ela sempre cultivou...
Ah minha querida Rosa branca, vermelha, champanhe... não passa um dia sem que eu pense o quanto eu tinha para aprender e não sobrou tempo suficiente para aprender.
Meu menino, um dia você crescerá e aprenderá que grandes pessoas nos marcam e não necessariamente fazem parte diretamente da nossa vida... no seu caso, você tem tanto da bisa que não faz ideia. Você é nosso pontinho de luz no meio da escuridão.

Você chegou para trazer cor aos nossos dias cinzas. E sim, a tia está triste, mas eu sou eternamente grata por nosso mascotinho virar nossas vidas do avesso e nos mostrar que também há outro caminho que podemos percorrer, há sempre uma nova estrada.
Me despeço entre soluços e como no livro de Pedro Bandeira, aqui permanecerá a marca de minha lágrima para a eternidade, para que não só eu, mas todos saibam que amar é se doar, compartilhar, e também sofrer; e que na vida só temos a certeza de que um dia todos nós vamos nos reencontrar, e quando acontecer, não haverá mais dor.
- Dominique Volpe